Este mês é mundialmente dedicado à prevenção do suicídio.
Trata-se da campanha setembro amarelo, que visa conscientizar e alertar as pessoas sobre como é possível prevenir o suicídio.
O primeiro passo: Falar
Precisamos falar sobre suicídio… E prevenir
Com tantos casos sendo noticiados ultimamente _ referência aos trágicos episódios ligados à Baleia azul e correntes virtuais de incentivo a ações suicidas_, percebemos a grande necessidade de abordar o tema.
Com a campanha, as associações envolvidas visam, principalmente, quebrar o tabu que cerca o assunto.
Aliás, como ocorre com tudo que diz respeito à psiquiatria, transtornos e saúde mental, em geral.
O que é o suicídio
A palavra suicídio deriva do latim. Significa: sui (si mesmo) e caedes (ação de matar); ou seja: morte de si mesmo.
O suicídio, que é todo ato executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a sua morte, usando um meio que acredita resultar no fim da sua vida.
O resultado de um ato suicida pode variar desde a não ocorrência de lesão até a morte. São subdivididos em tentativas de suicídio e suicídio.
As tentativas são classificadas como sendo com ou sem lesão. E devem ser encaradas como sinal de
alerta.
Podem estar envolvidos fatores psicossociais (como bullying, por exemplo), mas, em 90% dos casos, há transtornos mentais não tratados, como a depressão, entre outros.
A pessoa que tenta se matar, muito mais que chamar a atenção, como alguns rotulam, precisa de cuidados psiquiátricos urgentes.
Causas
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) mostra que praticamente 100% dos suicidas têm transtorno psiquiátrico.
Os diagnósticos mais comuns são transtornos de transtornos de humor, transtornos de abuso de substãncias, transtornos de personalidade e esquizofrenia.
Estudos clássicos mostram que 20% dos pacientes bipolares, 10% dos pacientes com esquizofrenia e 15% dos pacientes em depressão podem se matar.
O abuso ou dependência de substância psicoativas associado a depressão, incluem: tentativa suicida prévia, ideias suicidas, sentimentos de desesperança, luto, acesso fácil ao método do suicídio e falta de apoio social.
Situações estressantes habituais na adolescência são: mudanças físicas e psíquicas, busca da identidade e autonomia, relacionamentos com grupos que favoreçam comportamentos destrutivos; atividade sexual precoce e sem proteção, porte de armas, delinquências, lutas corporais, tabagismo excessivo e intoxicação por álcool e pobre gerenciamento da rotina dos filhos por parte dos pais.
Conhecer fatores de risco auxilia a dissipar o mito de que o suicídio seja um ato aleatório ou que resulte unicamente de sofrimento.
O risco de suicídio aumenta com a idade, atinge seu maior nível após os 65 anos.
É duas a três vezes mais frequente em homens.
Os divorciados e viúvos são os mais atingidos (quatro vezes mais que os casados), sendo seguidos pelos solteiros (duas vezes mais),
Casados são os menos afetados.
A gravidez e a maternidade são fatores protetores para as mulheres, embora uma gravidez não planejada, sobretudo na adolescência pode precipitar tentativa de suicídio.
Há uma correlação positiva entre desemprego e suicídio, especialmente entre os homens. Estudos de história familiar mostram aumento de suicídio em famílias com vítimas de suicídio.
Níveis cerebrais reduzidos de serotonina ou de seu metabólito, o ácido 5-hidroxi-indol-acético (5-HIAA), têm sido encontrados em vítimas de suicídio ou de graves tentativas.
Tentativa prévia de se matar eleva em 40 vezes a chance de que a pessoa tente novamente, em comparação à população em geral.
Prevenção
Quem já tentou uma vez, tem mais chances de tentar novamente
A vigilância deve ser providenciada com o intuito de garantir a segurança do paciente:
Retirar da casa medicamentos potencialmente letais, armas brancas e armas de fogo;
Manter abstinência de álcool e drogas que possuem efeitos desinibitórios;
Evitar locais elevados e sem proteção, pelo risco de que a pessoa venha a se jogar;
Evitar que o paciente fique sozinho, ou trancado em um recinto.
Acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico.
Estatísticas
O suicídio é a segunda causa de morte em jovens dos 15 aos 29 anos de idade.
Em mulheres, é a principal causa de mortalidade na faixa etária dos 15 aos 19 anos.
Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não vêem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.
A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos.